Identificado a partir de uma calota craniana encontrada em 1856 na Alemanha, no vale de Neander, perto de Duesseldorf, o homem de Neandertal foi considerado durante mais de um século o antepassado da
nossa espécie.
Actualmente, os debates científicos mais animados centram-se nas relações dos Neandertais com os primeiros homens modernos, sendo que a principal questão é saber se houve mestiçagem entre estes homens atarracados da Europa glaciar e os homens de Cro-Magnon, vindos provavelmente do Médio Oriente.
Os Neandertais coabitaram com os homens de Cro-Magnon durante uma dezena de milhar de anos antes de se extinguirem há menos de 30.000 anos.
Em 1997, uma primeira análise genética do fóssil alemão sugeriu que os dois grupos humanos não estavam ligados, mas a controvérsia prosseguiu.
Agora, segundo este novo estudo publicado na edição de quarta-feira da revista britânica Current Biology, um grupo de investigadores franceses afirma ter conseguido responder sem equívocos às questões em suspenso.
Os cientistas compararam o ADN fóssil extraído de um molar de criança encontrado na gruta de Scladina, na Bélgica, ao de outros nove espécimes já analisados desde 1997.
As sequências obtidas do ADN mitocondrial (forma essencialmente transmitida pela mãe) não têm equivalente entre os nossos contemporâneos, sejam eles europeus, africanos, ameríndios ou asiáticos. «Não há traço nenhum de uma suposta mestiçagem», resumem os investigadores.
A informação obtida a partir de um espécime tão antigo, que remonta a uma época onde só os Neandertais viviam na Europa, permite fazer uma ideia da diversidade genética dos Neandertais antes de ter havido qualquer contacto com o homem moderno.
Os dados disponíveis anteriormente correspondiam sobretudo ao período em que coabitaram com os homens modernos.
Agora, graças aos novos dados, pode estimar-se o impacto que o contacto com os homens modernos teve no património genético dos Neandertais.
Esta análise confirmou que os Neandertais eram mais próximos entre si do que de nós, sendo por isso nossos parentes afastados e não antepassados directos que, segundo a equipa de investigadores dirigida por Catherine Hanni, se extinguiram sem deixar descendência.
Crucifies my enemies....
quarta-feira, junho 28, 2006
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