Crucifies my enemies....

sexta-feira, maio 05, 2006

Sem personalidade

Este texto tem para mim relevância pois tenho notado, em vários campos e por diversas circunstâncias, que há pessoas que parece não terem vontade própria. Vão alterando a sua personalidade de maneira estável entre relações, seja afectivas ou laborais, para agradar a contraparte enquanto dura esse laço, acabado este último, voltam a moldar-se para se adaptar ao seguinte. Todas as pessoas mudam de opiniões, mudam de gostos, resumidamente mudam, mas estou a referir-me às pessoas que mudam em função de, seja dos gostos dos outros, do que outros lhe poderão trazer, do ambiente em que estão inseridos.

TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE

Os Transtornos da Personalidade caracterizam pessoas que não têm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatístico e comparando com a média das outras pessoas) mas não chegam a preencher os critérios para um transtorno mental franco.

Estas alterações quando permanentes, diferente das alterações patológicas que podem surgir de um momento para outro, constitui o que poderíamos chamar de Ego Patológico ou Transtorno de Personalidade (Ey).

De acordo com Henri Ey, entendendo o Ego como equivalente à Personalidade, a liberdade e a individualidade características da personalidade normal estariam comprometidas em determinadas alterações permanentes da maneira de existir no mundo, como se a pessoa fosse refém de seus próprios traços, inflexíveis e permanentes.

O Transtorno de Personalidade seria uma maneira de actuar permanente, continuada e duradoura de um Ego não-normal, ao contrário das alterações francamente patológicas que podem ocorrer durante a vida, à partir de um momento definido (tal qual as crises, os surtos, os processos patológicos).

Em psicopatologia, as anormalidades da personalidade reportam-se, principalmente, à possibilidade que se tem de classificar determinada personalidade como sendo desta ou daquela maneira de existir, enquanto o normal seria a pessoa ser "um pouco de tudo", ou seja, ter um pouco de cada característica humana sem prevalecer patologicamente nenhuma delas.

Desta forma, diante da possibilidade de se destacar um traço marcante, específico e característico numa determinada pessoa, ou seja, diante do fato desta personalidade ser caracterizada por um determinado traço, torna-se possível sua classificação.

Caso ainda esta característica responsável por sua classificação, prejudique a liberdade desta personalidade ser livre e desimpedida de qualquer estigma limitador de sua maneira de ser, caso ainda essa característica faça sofrer seu portador ou outras pessoas, aí então, ao invés de estarmos diante de apenas um certo tipo de personalidade, ou de um certo traço, estaremos diante de um Transtorno de Personalidade.

(e vem de encontro ao post da Ford Transit)

1 comentário:

Luke disse...

E como num instante me tentaram provar errado. Tentaram, mas isso apenas demonstra o dito aqui.