Crucifies my enemies....

sexta-feira, setembro 16, 2005

As presidenciais

Cavaco Silva ainda não anunciou a sua candidatura, e já as sondagens lhe dão a vitória nas presidenciais. O que quer dizer, muito simplesmente, que Mário Soares está a fazer uma corrida sozinho, e mesmo assim vai em último.

Ainda assim, deve haver muitas marcas interessadas em utilizar a imagem do socialista para publicidade.

Por exemplo, os comprimidos Viagra. Imagino um cartaz com Mário Soares a segurar um frasco dos mesmos, sorridente, e uma legenda em que se lê: “Viagra – até as bochechas incham”.

Ou então, aquela conhecida marca de pilhas, que poderia usar o seu slogan “e dura, dura, dura…” com uma imagem de Mário Soares e respectiva papada, confortavelmente instalados numa poltrona de couro, com perna cruzada à patrão.

Se eu tivesse uma marca de Whisky, e no caso quase tão hipotético de Mário Soares ganhar as eleições, mandaria, no dia seguinte às mesmas, encher as principais cidades Portuguesas com cartazes em que, junto ao logótipo da minha marca, se lesse “ainda se lembra do que fez ontem?”.

E até na derrota, a marca “Mário Soares” vale ouro. Imaginem o bochechas, uma marca de pesticidas, e o slogan “acaba com todas as pragas”…

Muito me espantam as perguntas que fazem aos Portugueses, quanto tentam perceber qual o seu candidato preferido: “Com quem preferia beber um copo?”; “a qual deles emprestava o seu carro?”; “qual deles gostava mais de ver de chanatas e caviada, com o ‘24 horas’ debaixo do braço?”. Estamos a tentar escolher um presidente da república, ou um gajo a quem vender um Kit de sócio do Benfica?

Isto virá das últimas eleições Americanas, em que, para ajudar os eleitores Americanos a escolher, os especialistas defendiam que se tratava de escolher, entre Bush e Kerry, a melhor companhia para uma cervejinha. O resultado foi demonstrativo. De facto, Bush deve ser bem divertido num bar, ou mesmo numa casa de alterne, assim como o devem ser Zezé Camarinha ou Tino de Rans, mas qualquer um destes desafios a Darwin à frente dos destinos do meu país…não, obrigado.

Se querem mesmo que os Portugueses escolham o seu presidente, não pelo seu valor ou utilidade (que, admito, nas ultimas vezes não terá sido o melhor dos critérios), mas pela sua capacidade de se integrarem no quotidiano do simple man, em vez destas perguntas estúpidas, façam um reality show: “a casa do presidente” – quatro homens fechados num andar com marquise e chão de tijoleira, tendo como único contacto com o exterior a imprensa desportiva e a “Maria” – os Portugueses que escolham o melhor.

Francisco Menezes

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