As baleias têm sido caçadas pelos homens desde, pelo menos, a Idade Média. Existiam centenas de milhares de baleias no início do século XX; a invenção do arpão, em 1870, e o melhoramento dos navios de pesca levaram a uma redução do número destes seres, estando muitas espécies quase extintas. A baleação foi quase abolida em 1986; no entanto, a Noruega e o Japão continuam a fazer este tipo de caça com intuitos comerciais.
As áreas de caça tradicionais encontram-se junto à Gronelândia e à Terra Nova (Canadá); nos meses de Verão, o Árctico torna-se a maior zona de pesca.
Praticamente toda a carcaça do animal pode ser utilizada, de uma maneira ou de outra: as baleias são caçadas para se obter óleo de baleia (feito a partir da espessa camada adiposa que se encontra por baixo da pele e que é designada por «blubber»), que é utilizado como lubrificante ou na produção de sabão, velas e margarinas; também é caçada para se obter a grande quantidade de óleo que se encontra na cabeça do cachalote, bastante usado na indústria de cabedal; e para se adquirir o âmbar pardo, uma substância cerosa, obtida a partir dos intestinos do cachalote e usado em perfumaria. Os ossos de baleia eram usados na manufactura de espartilhos e no fabrico de escovas e pentes; hoje em dia, existem substitutos sintéticos para todos estes produtos. Nos EUA e na Europa, as baleias também foram caçadas para fabricar comida para animais de estimação e, no Japão, para serem utilizadas na alimentação humana. Os resíduos da carne e dos ossos podem ser usados como fertilizantes de solos agrícolas.
História
A caça à baleia é uma prática antiga. Os noruegueses e os bascos caçam baleias desde o século IX; os russos e os japoneses foram dos maiores caçadores mundiais de baleias. Em 1870, Foyn, um pescador norueguês, inventou o arpão de arremesso, instrumento que veio revolucionar a caça à baleia e a tornou mais sangrenta que nunca: o arpão é disparado de uma pistola, atingindo uma parte vital do animal. Desde 1949 que um arpão eléctrico é utilizado; neste caso, o arpão transmite uma corrente eléctrica que paralisa ou mata o animal. Em Portugal, a caça à baleia foi praticada durante muito anos ao largo da costa portuguesa, entre São Vicente e o cabo Carvoeiro, e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, sobretudo neste último.
Medidas de preservação
A Comissão Internacional da Caça à Baleia (International Whaling Commission, IWA) foi estabelecida em 1946 para forçar a criação de cotas na caça à baleia. Foi uma comissão bastante ineficaz até à década de 70, altura em que a população mundial se começou a preocupar com a possível extinção das baleias. No final da década de 80, cerca de 90% da população de baleias azuis, cinzentas e corcundas, bem como de cachalotes, tinha sido dizimada; a sua baixa taxa de reprodução leva a crer que esta situação vai levar muito tempo a ser reconvertida.
Após 1986, apenas a Islândia, a Noruega, o Japão e a ex-URSS continuaram a caçar baleias, sendo esta pesca limitada e com uma «finalidade científica». Em 1990, o Japão, a Noruega e a ex-URSS propuseram à IWC um aumento na baleação, com finalidade científica; a comissão rejeitou a proposta. Devido a esta situação, foi formado um clube de baleação, composto pela Noruega, Islândia, Gronelândia e ilhas Faeroes. Em 1991, o Japão, que tinha sido constantemente implicado na caça à baleia comercial, levou a cabo uma matança «final», antes de entrar em conformidade com as regulamentações da IWC. Em 1992 a IWC procedeu à reestruturação da sua regulamentação, por forma a apertar mais a malha nas situações de caça a estes animais.
Em 1994, foi revelado que a frota de baleação soviética tinha sistematicamente caçado espécies de baleias protegidas, durante 40 anos, e que tinha ultrapassado as suas cotas de caça em 90%. Esta situação levou à revisão das estimativas do número de baleias ainda existentes. Em Maio de 1994, a IWC decidiu criar um santuário de baleias nos oceanos do hemisfério sul. A iniciativa foi apoiada por 23 países; o Japão votou contra e a Noruega absteve-se.
Na reunião anual da IWC, de Julho de 2001, ficou estabelecido que a moratória mundial contra a caça à baleia, em vigor desde 1985, permanece em vigor até 2002. O Japão renunciou a pôr em causa a moratória, mas poderá ter a intenção de levantá-la em 2002. Na reunião, o único ponto em que os 43 países conseguiram chegar a acordo foi na necessidade de estudar os efeitos que as baleias têm sobre as reservas pesqueiras dos oceanos, uma vez que elas consomem os mesmos peixes que o Homem.
Crucifies my enemies....
quarta-feira, julho 27, 2005
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2 comentários:
Provavelmente se ela não fosse morta, não haveria o bonito romance.
Se bem me lembro, não é perceptível, fica a dúvida no ar.
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