Crucifies my enemies....

sexta-feira, junho 03, 2005

Barbeita

Orago:Divino Salvador.
População: 1057 habitantes.
Actividades económicas: Agricultura e pecuária, vinicultura, comércio e indústria.
Festas e Romarias: Senhora da Assunção (Maio e Agosto), Santo Estêvão (26 de Dezembro) e S. Félix (Junho).
Património cultural e edificado: Igreja paroquial, capelas de S. Tiago, da Senhora da Assunção e de S. Félix, Ponte do Mouro, Castro da Assunção, Torre e Quinta do Paço.
Outros locais de interesse turístico: Monte da Assunção.
Gastronomia: Arroz de lampreia, cabrito assado no forno e sável frito.
Colectividades: Agrupamento de Escuteiros, Fábrica da Igreja do Divino Salvador, Rancho Folclórico da Casa do Povo de Barbeita .



freguesia de Barbeita, situada no extremo norte do concelho, dista sete quilómetros da sede. O seu território, de 7,53 quilómetros quadrados, confronta com o rio Minho, a norte, Ceivães e Segude, a nascente, Merufe, a sul, e Longos Vales e Bela, a poente. São seus lugares principais: Merim, Tarendo, Bogadela, S. Tiago, Cabo, Ponte do Mouro; Bairro Alto, Abeção, Padreiro, Araújo, Souto e Tola.
A povoação assenta estruturalmente na forma tradicional da aldeia minhota, que dispõe as suas edificações concentricamente em volta de um sinal construído ou espacial – a igreja, o cruzeiro, o largo, a eira –, mas com alguma dispersão provocada pelas parcelas privadas que envolvem as construções e permitem realizar alguma agricultura de subsistência.
Pertenceu ao antigo termo da Penha da Rainha e já aparece mencionada, com a sua Igreja, em documento do século X. Foi honrada com um couto, em 1225, de que resultou em morgadia local. Pinho Leal afirma que eram seus senhores os Azevedos do Faial, da freguesia de Abade do Neiva. Barbeita ostenta um valioso património arquitectónico e histórico.
A igreja Paroquial constitui, no seu todo, um belo espécime dos fins do século XVII. Feitos com granito da região, tento o retábulo-mor, como os dois laterais, no topo da nave, são de uma beleza extraordinária. Lourenço Alves assim a descrevia: "de planta rectangular, é formada por dois cornos-nave e capela-mor ligados, na intersecção, por um arco triunfal de meia volta, com impostas, sobre pés direitos.
Executados segundo os cânones borrocos, apresentam colunas salomónicas que se prolongam no ático, bem ornadas com folheados, flores-de-lis pintadas etc. Na edícula central do altar-mor está a imagem do padroeiro transfigurado e nas laterais os apóstolos S. Pedro e S. Paulo, todas de granito e de feição barroca. À entrada do presbitério, podem ver-se dois serafins do mesmo material e do mesmo estilo, segurando cornucópias".
A poucos metros de distância, a norte, fica a Capela de S. Tiago, que mais parece um nicho ou oratório, quinhentista, com um pórtico elegante. A capela de S. Félix, sítio de concorrida romaria, tem um pequeno adro murado com escadas a descerem para a velha estrada real e dois portões para onde se estende um amplo terreiro arborizado com um coreto.
No alto do monte da Assunção, além de um castro parcialmente escavado e de uma rica panorâmica sobre a área envolvente, dominando completamente o vale médio do Minho e o vale terminal do Mouro, existe uma excelente capela do terceiro quartel do século XVI. O Castro da Assunção, no lugar do Castro ou Buraca da Moura, possui três linhas de muralhas, duas completas e uma terceira ainda não completamente delimitada.
Tem habitações circulares, com e sem vestíbulos, duas "ruas", pátios lajeados, e outras estruturas proto-urbanas. De entre o espólio encontrado em quatro campanhas de escavações arqueológicas destacam-se a cerâmica, objectos em bronze e em ferro, pedras decoradas, milhares de sementes de várias plantas e figuras rupestres.
À Capela da Senhora da Assunção, situada em lugar aprazível, há quem atribua uma fundação original algures pelo século XII, sucedendo a uma ermida mais humilde. De planta rectangular e forma comunial, com decoração variada, em rosetas, malgas de borco, tudo muito ao gosto do romântico do Alto Minho, à excepção das cabeças de anjos, já de inspiração renascentista.
Na verdade mais parece uma igreja românica, do românico rural alto-minhoto. É possível que os artífices estivessem ainda dentro duma tradição românica, embora os desenhos já fossem do gótico final, ou talvez tivessem optado por uma solução mista. A torre e Quinta do Paço é uma torre senhorial da baixa Idade Média, quadrangular com, possivelmente, dois pisos. Está actualmente entaipada e destruída ao nível do segundo piso.
A antiga estrada, que de Monção ia a Valadares, cruzava o rio Mouro nesta freguesia na celebrada ponte medieval – a Ponte do Mouro. Documentalmente, sabe-se que existia já pelo menos em 1386 uma ponte neste local. É que foi aqui que, nesse ano, se realizou o histórico encontro de D. João I com o duque de Lencastre, pretendente ao trono de Castela. Então se ajustou também o casamento do rei português com D. Filipa, filha do duque. A ponte velha que hoje se pode observar data de 1627 e foi executada por Amaro Francisco, por oitocentos e oitenta mil réis. Trata-se de uma construção em granito, de um só arco, com pavimento em cavalete.

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