Next week

Para a semana marquei uma inquirição de testemunha.
Nada demais.
Um gajo fez merda, vai ser ouvido para eu aferir dos factores, circunstâncias, vontade, que provocaram o processo.
Desta vez o interessante é que o arguido (nome fatela, parece criminoso, mas não há outro) é acompanhado pelo seu mandatário (advogado).
Ok, têm, com base no artigo 50 do Regime Geral das Contra Ordenações, direito a apresentar defesa e a fazerem-se representar pelo seu advogado.
O facto a extrair desta lenga lenga sem interesse nenhum é tão simplesmente o seguinte, o advogado indicado foi meu professor. Um professor chato, um professor que tentou me queimar nas notas.
Agora estou eu deste lado....
Hummmmm, vai ser interessante.
Porque isto de ter poder é interessante.
Ou o estar numa posição mais forte.
Se não houver o discernimento suficiente, ou se não houver a força de carácter necessária, facilmente se atropela alguém, ou se prejudica alguém.
Mas como trabalho é trabalho, e conhaque é conhaque, e a ética profissional é das poucas vertentes da mesma que me resta, há que cumprir com o acordado, ouvir e ser ouvido com imparcialidade e isenção.
Profissão lixada esta.
Mas ao mesmo tempo muito gratificante.
Faz, por vezes, sentir-me magnânino, qual Amon na Lista de Schindler.