Crucifies my enemies....

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Existiu, não se pode negar...

O "Nazismo" ou o "Nacional Socialismo" designa a política da ditadura que governou a Alemanha de 1933 a 1945, o "Terceiro Reich". O nazismo é frequentemente associado ao fascismo, embora os nazis dissessem praticar uma forma nacionalista e totalitária de socialismo (oposta ao socialismo internacional marxista).

O Partido Nacional Socialista alemão defendia o "Nationalsozialismus" ("Nacional-Socialismo"). Ainda hoje há alguma controvérsia sobre se a natureza do regime nazi tinha alguma coisa em comum com o socialismo. Alguma direita e extrema-direita, chegando por vezes até ao centro, em especial em países com mais forte tradição anti-comunista (como os Estados Unidos da América), referem-se ao nazismo como uma forma de socialismo, apontando para o nome, para alguma da retórica nazi e para a estatização da sociedade como provas. A generalidade da esquerda rejeita essas ideias, apontando para a existência, desde ainda antes da tomada do poder por Hitler, de uma resistência comunista e socialista ao nazismo, para o carácter internacionalista e fraterno do socialismo, totalmente oposto à teoria e prática nazi, e para a manutenção, pelos nazis, de toda a estrutura capitalista da economia alemã, limitada apenas pelas condicionantes de uma economia de guerra e pela abordagem àquilo a que os nazis chamavam o "problema judeu".

O ditador Adolf Hitler chegou ao poder enquanto líder de um partido político, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, ou NSDAP). A Alemanha deste período é também conhecida como Alemanha Nazi, e os partidários do nazismo eram (e são) chamados nazis. O nazismo foi proibido na Alemanha moderna, muito embora pequenos grupúsculos de simpatizantes, chamados neo-nazis, continuem a existir na Alemanha e noutros países. Alguns revisionistas históricos disseminam propaganda que nega ou minimiza o Holocausto e outras acções dos nazis e tenta deitar uma luz positiva sobre as políticas do regime nazi e os acontecimentos que ocorreram sob ele.

Teoria ideológica

De acordo com "Mein Kampf" (A Minha Luta), Hitler desenvolveu as suas teorias políticas pela observação cuidadosa das políticas do Império Austro-Húngaro. Ele nasceu como cidadão do Império e acreditava que a sua diversidade étnica e linguística o enfraquecera. Também via a democracia como uma força desestabilizadora, porque colocava o poder nas mãos das minorias étnicas, que tinham incentivo para enfraquecer e desestabilizar mais o Império.

O centro da ideologia nacional-socialista é o termo raça. A teoria nazi diz que a raça ariana é uma "raça-mestra", superior a todas as outras, e justifica esta crença da seguinte maneira:

O nacional-socialismo diz que uma nação é a máxima criação de uma raça. Consequentemente, as grandes nações (literalmente, nações grandes) seriam a criação de grandes raças. A teoria diz que as grandes nações nascem do poderio militar e que este, por sua vez, se origina em culturas racionais e civilizadas, que, por sua vez ainda, são criadas por raças com boa saúde natural e traços agressivos, inteligentes e corajosos.

As nações mais fracas, para os nazis, são aquelas criadas por raças impuras, "mulatas" porque têm culturas divididas, briguentas e, portanto, fracas.

De acordo com os nazis, um erro óbvio deste tipo é permitir ou encorajar múltiplas línguas dentro de uma nação. Esta crença é o motivo pelo qual os nazis alemães estavam tão preocupados com a unificação dos territórios dos povos de língua alemã.

Nações incapazes de defender as suas fronteiras, diziam, seriam a criação de raças fracas ou escravas. Pensava-se que as raças escravas eram menos dignas de existir do que as raças-mestras. Em particular, se uma raça-mestra necessitar de espaço para viver (Lebensraum), pensava-se que ela tinha o direito de tomar o território e matar ou escravizar as "raças escravas" indígenas.

Raças sem pátria era, portanto, consideradas "raças parasíticas". Quanto mais ricos fossem os membros da "raça parasítica" mais virulento seria o parasitismo. Uma raça-mestra podia, portanto, de acordo com a doutrina nazi, endireitar-se facilmente pela eliminação das "raças parasíticas" da sua pátria.

Foi esta a justificação teórica para a opressão e eliminação dos judeus e dos ciganos, um dever que muitos nazis (curiosamente) consideravam repugnante.

As religiões que reconhecessem e ensinassem estas "verdades" eram as religiões "verdadeiras" ou "mestras" porque criavam liderança por evitarem as "mentiras reconfortantes". As que pregassem o amor e a tolerância, "em contradição com os factos", eram chamadas religiões "escravas" ou "falsas".

Os homens que aceitassem estas "verdades" eram chamados "líderes naturais"; os que as rejeitassem eram chamados "escravos naturais". Dizia-se dos escravos, especialmente dos inteligentes, que embaraçavam os mestres pela promoção de falsas doutrinas religiosas e políticas.

Se bem que a raça fosse fulcral na mundovisão nazi, não era tudo. As raízes ideológicas do nazismo iam um pouco mais fundo do que isso, visto que os nazis procuraram legitimação em obras anteriores, particularmente numa leitura, por muitos considerada no mínimo discutível, da tradição romântica do século XIX, e em especial do pensamento de Friedrich Nietzsche sobre o desenvovimento do homem em direcção ao Übermensch.


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