A Vida do Pantera Negra
EUSÉBIO DA SILVA FERREIRA, quarto filho de Elisa Anissabeni, que havia de ter relevante influência na sua ida para o Benfica, nasceu numa modesta casa da Mafalala, em 25 de Janeiro de 1943. A infância de Eusébio esteve sempre ligada a uma bola, nem ele se lembra de ter tido qualquer outra brincadeira. Brincava ao futebol com os rapazes da mesma idade. As bolas eram feitas de trapos, jogavam sob os coqueiros desafios intermináveis. Por causa daquela mania de perseguir e chutar a bola de trapos, descuidava os deveres escolares. D.Elisa não gostava nada disso, Eusébio tinha de estudar ou não singraria na vida. Razões de mãe, por vezes inúteis, e daí que aos ralhos, de vez em quando, sucedessem as sovas disciplinadoras.
0 PELÉ DE «OS BRASILEIROS»
O destino de Eusebio era o futebol. Um dia, viu-se crescidinho e a jogar no clube do seu sítio, que dava pelo nome de Futebol Clube «Os Brasileiros». Brasileiros porquê? Era simples o motivo: A selecção brasileira tinha deslumbrado os moços, não se falava mesmo noutra coisa, senão naquele Brasil espectacular cujos craques jogavam como respiravam. Na ex- Lourenço Marques (hoje Maputo), também se tinham exibido equipas brasileiras, deixando nos moços, além da intenção de imitar os elementos que as compunham, a sensação de que aquele era o seu estilo, o seu futebol. Afinidades... «Os Brasileiros» distribuíram alcunhas aos seus ídolos: Pelé, Didi, Garrincha... Eusébio era conhecido por Pelé. Mas Eusébio era um Pele que justificava o nome. E Hilário, amigo dos irmãos mais velhos do craque de «Os Brasileiros», falou com os directores do Sporting de Lourenço Marques, interessando-os por um júnior promissor.Quando falaram ao Pelé dos «Brasileiros» em ingressar no Sporting, ele recusou, deixando toda a gente de cara á banda.
A verdade é que ele gostava do Desportivo, o Desportivo, sim, era o seu clube do coração e Mário Coluna o seu grande ídolo. Confessou, mais tarde; «Jogar no Desportivo, vestir a sua camisola era o meu sonho.» Curiosamente, Eusébio da Silva Ferreira nunca conseguiria envergar a camisola do Desportivo, nem sequer em treinos.A recusa dos dirigentes do clube em, ao menos, o deixar pôr os pés no campo, ficou marcada, indelevelmente, no coração do jogador «A primeira vez que lá fui a um treino, não me aceitaram, nem me deram equipamento para me treinar. Fiquei ofendido, mas, mesmo assim, ainda fiz segunda tentativa. Tornaram a não me ligar nenhuma. Foi nesse dia de desgosto que me decidi a ir ao Sporting. No fundo, o que eu queria era jogar à bola.». E temos Eusebio, o génio dos remates guiados a longa distância, dos raides de muitos metros com dribles, que faziam os adversários ficar sentados e que culminavam em golo, herói de muitas tardes e noites, «património nacional», sim senhor, mas que o Mundo adoptou como seu. 0 jogador de Portugal mais conhecido do planeta, que chega a qualquer parte do Globo e não se atrapalha se, por qualquer motivo, se tiver esquecido do passaporte, ele se lembra :
- Há uns anos, cheguei a Inglaterra e só no momento em que me preparava para passar a alfândega é que cheguei à conclusão de que me tinha esquecido do passaporte. Fiquei um pouco aflito, comecei logo a suar e, quando me aprestava para dar conta da situação, chegou um polícia ao pé de mim, dizendo-me qualquer coisa como «Eusébio, Welcome». E com ele passei todos os controlos possíveis e imaginários.
Actualmente Eusébio faz parte da equipa técnica do Benfica de Portugal, como treinador assistente.
Crucifies my enemies....
terça-feira, janeiro 25, 2005
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3 comentários:
Marisco do alentejo sff....
;-)
alcagoita à vontade! Só digo merda mesmo!
Obrigado....
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