Dr. José Pacheco deixa o alerta: Há cada vez mais homens com falta de desejo sexual...
Tão importante como curioso é ficarmos a saber que os portugueses foram o povo que no mundo mais se misturou com outras raças. Que para a sexualidade o tempo nem sempre significa progresso, como tanto se pensa. E que, tal como qualquer outra mudança, traz sempre aspectos positivos e negativos.
O Dr. José Pacheco, psicólogo clínico e sexólogo, e até há pouco Presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, acabou de lançar O sexo por cá, obra com cerca de 275 páginas, da editora Livros Horizonte, onde procura centrar e aprofundar aspectos da história da sexualidade portuguesa, desejando igualmente dar a conhecer, ainda que ligeiramente, uma perspectiva do nosso passado.
O objectivo é ser uma contiguidade da obra anterior O tempo e o sexo, mas neste caso virada para a nossa realidade.
«Foquei aspectos sobre a família, o amor, o corpo, a medicina e outros tópicos, cuja abordagem tenho esperança que sirva para estimular o interesse por estudar várias disciplinas científicas nestas áreas», afirma o autor.
«Existe muito a ideia de que sempre fomos reprimidos do ponto de vista sexual. Acho que vem do corporativismo, que começa em 1930--35. Esse período foi de facto repressivo, sobretudo se comparado com as sociedades europeia e norte-americana», esclarece o psicólogo, acrescentando: «No final do século XIX éramos seguramente menos repressores do que a sociedade puritana da época vitoriana.»
«Garanhões fantásticos»
Nesta viagem ao passado pela história da sexualidade, José Pacheco desenvolve um capítulo que tem a ver com a disseminação genética, concluindo que no período das Descobertas fomos um povo seguramente muito diferente de quase todos os outros colonizadores.
«Os portugueses misturaram-se e constituíram família, onde quer que pudessem... Em Cabo verde, por exemplo, 80% da população é mestiça», esclarece José Pacheco.
Esta é uma situação de muita originalidade por parte de comerciantes, marinheiros e soldados, que partiram por esse mundo fora. «Alguns autores brasileiros escreveram que a ideia que se tem do homem português naquele país é de que é um garanhão fantástico, sempre sexualmente estimulado», salienta o entrevistado.
Nos seus estudos, descobriu ainda que temos uma poesia erótica específica e que antes do Concílio de Trento, no século XVI, os padres podiam casar. No Sul da Europa houve sempre tendência para um comportamento laxista...
Segundo o nosso interlocutor, qualquer evolução acarreta sempre evoluções paralelas. Basta ver a forma e a mobilidade com que hoje se vive com o que se verificava há 30 ou 40 anos. Nessa altura não circulavam tantos automóveis, distinguiam-se facilmente as pessoas da província das outras pela forma de vestir, as prostitutas auto-identificavam-se e não se acreditava que seria possível ver filmes pornográficos nos canais televisivos.
Sem tempo para sexo?
Houve um impacto muito grande da sexualidade, que se tornou visível do ponto de vista social. Porém, tal como observa o psicólogo, tudo isso acarreta situações benéficas e negativas.
«Veja-se a facilidade de acesso que hoje se tem a materiais, revistas e filmes pornográficos. Para um certo número de homens teve efeito benéfico, porque funcionam como excitantes, e pode contribuir para melhorar a sua realização sexual, enquanto para outros essa abundância de materiais pode, por seu lado, desmotivar», analisa o especialista.
O que se passa é que as proibições e restrições constituem por si próprias um aliciante. Na sociedade actual, esses produtos, incluindo os das lojas de sexo, conduzem a aspectos adversos: à ideia de tudo já ter sido visto e experimentado, à ausência de novidade.
«A própria restrição gera interesses. As pessoas têm hoje acesso aos mais diversos ‘sites’ na Internet, onde podem saber e ver de tudo. Ter conversas eróticas e até marcar encontros», afirma o sexólogo. Pelo facto de se estar a viver uma situação relativamente nova do ponto de vista da sexualidade, tal não significa uma evolução, melhorias...
«Nem sempre o passar do tempo quer dizer progresso. Qualquer mudança implica necessariamente coisas positivas e negativas. Mas, se calhar, para a ilusão humana temos a tendência a imaginar que são sempre positivas», sublinha José Pacheco.
O conjunto destes estudos conduz o autor a certezas algo preocupantes: «Encontramos hoje com frequência muitos homens com falta de desejo sexual, coisa que há 30-40 anos era quase impensável. No passado não surgiam estas queixas.»
Pode esta falta de desejo sexual ser considerada doença, mesmo que o próprio diga não afectar a sua vida normal? «A vida sexual exige também algum tempo, algum investimento afectivo, logo, tem alguma incompatibilidade com o trabalho», remata José Pacheco.
E o especialista conclui: «Esse indivíduo pode ser profissionalmente muito bem sucedido, logo, com pouco tempo para a sua vida sexual. Se está satisfeito, não se queixa e sente bem-estar, nesse caso não se considera que haja doença.»
Que nos reserva ainda o futuro nesta matéria ainda tão ignorada? «É sempre arriscado perspectivar o futuro, umas vezes porque, no caso limite, o ‘futuro’ limita-se a ser uma mera transfiguração do presente.» São palavras de José Pacheco, o especialista que viajou ao passado da nossa sexualidade.
Rolando Raimundo
A responsabilidade editorial e científica desta informação é da
Jas Farma, Comunicação
Crucifies my enemies....
segunda-feira, dezembro 13, 2004
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7 comentários:
Adão não ficam...
E depois as mulheres é que são taradas?!
Afinal os homens é que já não aguentam!
Fracos!
Más linguas, más linguas...
Ainda procuro a 1ª que tenha pedalada para mim................ por isso até agora são todas fracas. E mais não digo.......
Qt aos homens estarem a tornar-se fracos é normal tb com a porcaria de mulheres que existe por ai....onde anda a bela dona de casa? Onde anda a mulher que sabe passar a ferro? E limpar o pó?....Meus amigozzzz não me venham com histórias que "Tu queres é uma escrava" pq se eu sei fazer essas coisas (E faço :P) pq é que as mulheres de agora não o sabem? Portugal está mal!!! Depois admiram-se de ser trocadas por brasileiras ou meninas do leste (As minhas favoritas lololol).
Já que não encontras nenhuma...pode ser que encontres um!
Isto porque dizes que os homens é que são bons.
Experimenta...depois não queres outra coisa, segundo dizem.
;-)
Comparado com certa merda que conheço se calhar....quem sabe não digo que desta água não beberei, mas se beber que seja quando estiver morto!!!
Pois, concordo, eu cá gosto muito de falar....
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