Zeke, não costumo formular opiniões no meu blog por coisas concernantes a outros, mas acho importante dizer isto.
Sim senhor, uma instrução é, primeiro de tudo, um factor de valorização pessoal, e segundo, uma imposição social, no sentido de especialização, para a aquisição de uma suposta melhor condição de vida. Não sou defensor que só é feliz quem estuda, ou só é bem empregado quem estuda. Longe disso. Tenho inúmeros exemplos de pessoas com a instrução obrigatória que têm vidas exemplares, e outras, que mesmo sem a instrução obrigatória estão muito bem na vida.
Tornou-se comum ir para a faculdade para ter acesso a profissões mais proveitosas monetariamente, não propriamente por vocação ou por necessidade.
Não, nem todos podem ser doutores, era o que se dizia, eu digo outra, não nem todos QUEREM ser doutores.
Passemos ao ponto das escolhas e porque são tomadas.
Sabemos muito bem que não nascemos todos iguais. Uns são mais inteligentes que outros, outros são mais expeditos, outros com mais jeito com as mãos, outros com mais dotes orais.
À partida eu não teria jeito para canalizador, não percebo nada, também porque não me senti motivado a estudar a arte dessa e de outras profissões.
Sempre tive as oportunidades todas para ser o que queria, e não engano ninguém ao dizer que no 10º ano não sabia o que queria, apenas sabia que queria fugir à matemática. Mais nada. Daí o curso de Direito. Sorte a minha, gostei. Conheço muitos colegas meus que se vêem um código, queimam-no, e também estiveram lá.
Certo é, que é mais fácil para mim arranjar seja o que for em determinadas áreas. Mas não em todas. Já me recusaram por excesso de currículo. Enfim, o nosso país.
Agora vem a mais importante, a necessidade económica. Quando a há é imcomportável a conciliação de estudos universitários com o trabalho. Quando é a nossa, o sacrifício poderá ser feito, quando acarreta a contribuição não só para nós, mas para terceiros, torna-se impossível. Não se é diligente nem numa coisa, nem noutra, levando as duas no caminho do desastre.
Agora que a faculdade é um tempo bem vivido, é. Conheci inúmeras pessoas, alarguei os meus horizontes em termos de pessoa e de personalidades. E vivi descansado.
Não trocaria os tempos de faculdade por nada.
Mas lá está. Eu posso dizer isso.
Há quem não possa, e mais do que isso, há quem não queira.
Crucifies my enemies....
terça-feira, julho 19, 2005
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9 comentários:
Se ganhar o euromilhoes ofereço o meu curso e o meu (bom) emprego a quem quiser...
Embora goste do que faço...
Ate a casa podiam levar, acho q so voltava a lisboa pra visitar amigos e pra ir ao aeroporto
por nada mesmo...
Muito bom post Luke. O que é verdade é que muitas vezes por não teres um curriculo podes ser 2ª opção mesmo que a outra pessoa seja uma incompetente...no turismo temos casos destes.
"outros com mais jeito com as mãos, outros com mais dotes orais."
Desculpem, mas não resisti ... :)
Olhem, os meus tempos de faculdade foram uma grande seca! Para beber desmesuradamente, sempre tive os meus amiguinhos do Umbigo do Mundo, para curtir toda a noite idem! Quem conhece a minha entidade maternal desde há anos percebe o porquê ... é verdade que sou uma mimada, mas se tudo tenho é porque para tudo tive de provar ser merecedora de ...
A faculdade foi uma seca. Com uma turma cheia de bimbos, armados em inteligentes com quem não suportava falar durante mais de dez minutos seguidos. Depois percebi que a maior parte das amizades são falsas após o curso, não durante, mas após, por circunstâncias da vida às quais todos estamos sujeitos e que não são culpa de ninguém.
Daí ter decidido acabar o curso no tempo exigido e nem em mais um minuto que fosse. E aceitei o desafio porque precisava do curso para trabalhar com os meus ciganões.
Achava eu!!! Mo mercado de trabalho, onde se trabalha com as populações desfavorecidas, e onde estive inserida quatro anos, e onde tenciono manter contactos para sempre, de socióloga apenas eu!! De resto outros cursos, tudo tipo relações internacionais, para parcerias, psicólogas competentes, pseudo psicólogas com quem tive o (des)prazer de trabalhar directamente (mas que proporcionaram a oportunidade de aprender a saber como me comportar segundo alguns perfis, o que agradeço) e, sobretudo, pessoas com 9.º, 10.º e 11.º anos de escolaridade.
O curso superior está massificado, no sentido de massas. Neste momento não vale nada no mercado de trabalho. Quem tem sorte de ter uma família financeiramente estável, e tiver visão do mundo actual, já não pára na licenciatura ... avança para pós-graduação, mestrado e depois doutoramento, pois esses sim, são, neste momento as ferramentas de candidatura mais importantes! Não se esqueçam que está para muito próximo o 12.º ano de escolaridade como obrigatório, e a Licenciaturas estão viciadas. As empresas com muito capital tiram pessoas do secundário e pagam o curso às pessoas, para as moldar segundo o que pretendem e não terem de aturar putos que saem das faculdades com a mania de que sabem tudo (felizmente não são todos, mas uma grande parte,, e isso pude observar nestes seis anos de trabalho em que estive apenas a trabalhar e não a estudar ao mesmo tempo) ... Mestrado ... Se puder, ainda será para o próximo Outubro ... espero que sim ...
eu cá não andei na faculdade por opção, por um lado gostava de ter ido visto q iria alargar os meu horizontes, mas por outro iria atrasar-me um pouco a minha vida visto q não iria submeter os meus pais a tar esforço. Não estou arrependido, gosto do que faço, e até não me considero mal pago. Só há q arranhar e ma nada.
A Universidade é muito boa, traz muito de bom, simplesmente não é fulcral seja em que ponto for, não é tão importante como outrora foi.Os cursos, pelo menos alguns, estão sobrevalorizados.Com isto nunca quis dizer que não quero tirar o curso, quis simplesmente explicar o meu ponto de vista, o facto do curso estar pendente prende-se com outras situações, tal como já expliquei no meu Blog.
Não pretendo dar lições de moral, apenas foquei uma questão genérica, não me referia a ninguém em específico.
Nós saber disso. Cada um te a opinião que tem.m
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