Crucifies my enemies....

segunda-feira, dezembro 29, 2003

E com a precupação toda de dizer mal, esqueci-me de falar desta época festiva que atravessamos....
Pois bem, o Natal foi porreiro.
Pela primeira vez em muitos anos vi os meus pais satisfeitos e juntos com outras pessoas, e se eles estavam satisfeitos, também eu estava.
Depois foi a reunião com os amigos em casa de um deles.
Muito bom também, sempre com o sentimento que estava alguém menos, mas não obstante isso, foi bom compartilhar emoções alcoólicamente induzidas nessa noite.
Gostei.
Por muito que queira dizer mal, não consigo, foi bom. E o Quinta do Carmo estava excelente.
E agora vou-me dedicar ao que faço bem.
Impugnar.
O fim de ano aproxima-se, a sensação nostálgica de anos passados aprofunda-se.
A resposta de outro dia foi negativa, mas mesmo assim, e por variadíssimas condicionantes, não creio em nenhuma palavra proferida.
Gato escaldado de água fria tem medo.
Só tenho pena de não termos conhecimento bastante acerca do funcionamento do nosso cérebro, para podermos, através de alguma técnica altamente evoluída, eliminarmos aquele sentimento de posse.
Que infelizmente me atormenta ainda.
Vai fazer um ano dentro em breve, e não há meio de as coisas darem uma volta!
Para um lado ou para o outro, diga-se.
Numa saída à noite, das variadíssimas que acontecem, disseram-me que, quem sabe, as oportunidades poderão estar mesmo à minha frente, só não as vejo porque tenho um problema em me entregar.
AH POIS TENHO!
Passei 10 anos da minha vida entregue, vários erros cometi, é certo, mas era novo e era a primeira vez que tal sucedia.
Não me estou a lamentar, são factos.
Mas após tudo isso, uma pessoa fica um pouco desiludida com a vida, e principalmente com outras pessoas.
Mas é assim a vida, como diria alguém, não é com os malucos que me devo preocupar, esses já se espera que o sejam, são os certinhos que me preocupam, nunca se sabe o que dalí poderá surgir.
E foi basicamente o que aconteceu.
Mas falando de outras coisas.
Isto aqui é uma real balda. Tou sozinho num gabinete de 6 pessoas, não adianta estar a tomar decisões, pois quem dá despacho às mesmas está de férias, estou a ouvir uma merda de rádio, pois a rádio onde trabalha o meu amigo não se consegue apanhar aqui. E a escrever este monte de patacoadas, enquanto estou à espera de uma testemunha que não aparece (tás bem lixado tás...), a pedir elementos a um amigo meu pelo telefone para o safar, ou pelo menos tentar safar, nem que seja atrasando o prazo.
Enfim.

terça-feira, dezembro 23, 2003

Hoje sinto-me como há já algum tempo não me sentia.
Mal.
Não sei porquê.
Se calhar não deveria fazer a pergunta que irei fazer.
Sinto que não quero saber a resposta, ou que me irá magoar.
Mas depois penso que não posso ficar na ignorância para todo o sempre.
Ou saber mais tarde e doer ainda mais.
Estas coisas resolvem-se como o tirar um penso rápido, têm que ser feitas de repente para doer, não há disso dúvida, mas doer menos do que tirar lentamente.
E sinto-me mal porque de certeza que irei ser enganado novamente, não vai haver coragem para dizer o que deve ser dito, para tomar a atitude correcta.
Para finalmente alcançar a tão almejada liberdade.
Como é óbvio o texto anterior é susceptível de interpretação, eu tenho a minha. Cada um que faça a sua.
Se para isso tiver paciência.
Sun Tzu disse:

Levantar um fio de cabelo não é sinal de força, ver o Sol e a Lua não significa ter boa vista, ouvir o barulho do relâmpago não é sinal de ter bom ouvido.
O que os antigos chamam um lutador inteligente é aquele que não só ganha, mas brilha em ganhar facilmente.
Daí que as suas vitórias não lhe tragam nem reputação pela sabedoria, nem crédito pela coragem.
Ele ganha as batalhas por não cometer erros.
O não errar é o que estabelece a certeza da vitória, por isso significa conquistar um inimigo que se encontra já derrotado.
Desta forma, o hábil lutador põe-se numa posição que torna a derrota impossível, e não perde a oportunidade certa para derrotar o inimigo.
Assim que na guerra o estratega vitorioso proculha a batalha unicamente depois de assegurar a vitória, ao passo que aqueles destinados à derrota procuram primeiro combater e depois sim a vitória.
O líder consumado cultiva a lei moral, e adere fielmente ao método e à disciplina, por essa razão, está em seu poder o controle do sucesso.

NÃO TENHO FILHOS e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não
aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas
proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo
contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa
ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há
cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da
fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce não numa família mas numa
pista de atletismo com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três,
natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis. E um
exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se
a criança fosse um potro de competição. Eis a ideologia criminosa que se
instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser
vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás
dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o
emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de
sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho, as quecas de sonho.
Não admira que, até 2020, um terço da população mundial estará a mamar
forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais
temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A
meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o
mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima. Se as
pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que
o fim último da vida não é a excelência. Mas a felicidade.

Obrigado pela contribuição

segunda-feira, dezembro 22, 2003

Ontem vi uma notícia na SIC, daquelas que as pessoas detestam ver, pois têm como único intuito o explorar de emoções.
Mas sendo assim, senti-me explorado, sortudo, feliz, sem problema de espécie alguma e acima de tudo egoísta.
Passo a explicar, a noticia versava sobre um agregado familiar de 9 (nove) pessoas, 6 das quais, crianças menores. Sem qualquer problema, apenas a tristeza de não poder nada mais dar, falavam das suas dificuldades económicas, nomeadamente, no esforço que iriam fazer para adquirir um pouco de polvo para a ceia de natal, pois o bacalhau era oferecido. Meus amigos, um pouco de polvo é considerado bem de luxo! Daí imaginem o resto.
Mas o que realmente me tocou, contrapondo com as outras crianças que apareceram na peça (pai eu quero uma X-Box, eu quero uma Barbie etc etc) com as quais me identifico, foi a acomodação a uma situação má por parte dos menores. Quando lhes perguntaram o que queriam, ou diziam que não tinham pensado nisso, ou que apenas uma boneca, que já sabiam de antemão que não iriam ter. Para diversão na noite de Natal, o brincar uns com os outros e ver televisão seriam as actividades favoritas.
Um simples saco com chocolates natalícios foi a melhor, repito, a melhor prenda que lhes tinham dado.
Mas nem uma lágrima se vi naqueles rostos, apenas sorrisos.
E isso fez-me "falar" pelos olhos.
E fez-me ver que não tenho problemas, nem preocupações, nem chatices.
Uma pessoa só se apercebe da sua própria felicidade, quando vê as desgraças dos outros.
Mas não nos toca à porta, por enquanto.
Um feliz Natal para todos, e lembrando um cartoon, em que aparece um sapo na boca de um pelicano, estando o primeiro com a cabeça dentro da boca do segundo mas com as patas agarradas ao pescoço deste, Nunca Desistas, Luta Sempre!

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Pois é meus caros, está decidido, vou para Castelo Branco.
Aproveitar sair deste espaço cada vez mais limitado denominado Lisboa e arredores.
A ver vamos como corre.
De resto, aproxima-se o Natal, esse dia horrível em que é impossível encontrar um café aberto em qualquer lado, onde pessoas que não se falam, fazem o sacrifício por esse dia, voltando tudo à mesma no dia seguinte.
O que vale é que onde moro há um Anti-Cristo, aberto todos os dias.
Olho para o negócio é o que é.
E hoje vai ser o início de mais um fim de semana duro.
Pelo menos promete, hoje há janta e consequente intoxicação alcoólica, mais que provavelmente.
O costume, por assim dizer.

terça-feira, dezembro 16, 2003

E por falar em felicidade. Felicidade é ser
Felicidade é estar
Felicidade é amar
Felicidade é tocar alguém, e sentir e amar e beijar e cheirar e “rasgar” esse alguém até dois serem um
Felicidade é estar só
Felicidade é ouvir o silêncio
Felicidade é perceber o vazio e conseguir tocá-lo
Felicidade é olhar
Felicidade é falar com os olhos
Felicidade é chorar
Felicidade é transmitir no exterior o nosso interior
Felicidade é nascer e não entender a morte
Felicidade é acreditar nos outros apesar de estar só
Felicidade é lutar pela nossa identidade qualquer que ela seja e mostrar aos outros a nossa verdade
Felicidade é lutar pela vida quando a morte nos come partes do corpo
Felicidade é entender que a Terra é um ponto no Universo e nós pensamos
Felicidade é gostar de ser imperfeito num Mundo onde somos mortais
Felicidade é arrepiar-nos com a própria mão
Felicidade é deixarmo-nos levar pelas emoções dos outros
Felicidade é ouvir o Hino Nacional ou uma balada e sentir o sangue quente a correr nas veias
Felicidade é entender que a diferença entre ricos e pobres são adereços
Felicidade é alterar os conceitos
Felicidade é viver a três porque a dois é pouco
Felicidade é dormir a pensar e viver a sonhar
Felicidade é dormir no sofá e comer na cama
Felicidade é transformar a TV num aquário e o carro num banco de jardim e a gravata num guardanapo e o bidé numa floreira e pintar paredes com estrelas do céu e perceber que o nosso mundo é só nosso
Felicidade é ter prazer sem erecção
Felicidade é gritar por amor
Felicidade é chegar ao fim e morrer com alguém ao lado que nos dá a mão e nos fecha as pálpebras com a mesma mão que nos dá calor
Felicidade é tanta coisa e tanta gente pensa que é impossível
Boa Tarde!

Hoje tive uma experiência interessante e, mais do que isso enriquecedora.
Fui almoçar com colegas de trabalho, todas mulheres, das mais variadíssimas idades, todas casadas.
Aquele tipo de grupo de colegas de trabalho em que tive a sorte de me ver incluído, pois quem não interessa, simplesmente, não estava lá.
Mas o melhor foi ver o crescimento, que tanto anseio obter de uma mulher, ali exposto.
Eu explico.
Passei muito tempo a pensar que com a idade as pessoas cresciam.
Mentira total.
Pois uma pessoa, fisicamente, cresce, aparte de qualquer problema, dentro dos moldes normais, intelectualmente o caso muda de figura.
Mas ali estava este grupo tão disperso na questão etária, mas bastante coeso na questão intelectual, e falamos de pessoas desde os 25 a 40 e muitos.
Tudo com vida própria, com problemas próprios, mas a pensarem sempre num objectivo uno, a felicidade.
Foi interessante por esse aspecto, enriquecedor porque gostava de encontrar alguém que partilhasse comigo a mesma alegria de viver que presenciei, e que os respectivos esposos devem sentir.
Mais do que isso, foi mais uma oportunidade de fazer a minha "check-list" de prioridades.
E está feita.
Só falta leva-la ao supermercado.

segunda-feira, dezembro 15, 2003

E para quem quiser duas justificações:

Uma garrafa sem carica, não está, necessariamente, vazia, está aberta;

E de boas intenções está o inferno repleto.

Para quem teima em ter atitudes esquálidas, e para quem teima nelas cair.
"Os fins justificam os meios" .

Maquiavel , ao dizer essa frase, provavelmente não fazia ideia de quanta polémica ela causaria. Ao dizer isso, Maquiavel não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo. Seria totalmente absurdo. O que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que uma pessoa vai traçar os seus planos de como atingi-los.
Boas tardes.

Farto de transcrições por hoje. Já tive de ouvir duas pessoas in loco (para aqueles fluentes em Latim, não preciso explicar, para os outros significa, no local), coisa que me agrada mas que, ao mesmo tempo, me traz grandes dilemas morais. Dilemas de quem tem de tomar decisões conscientes e realistas acerca do dia a dia de pessoas, que muitas das vezes o que fizeram, foi por falta de informação ou por necessidade.
Mas é um trabalho como todos os outros.
Por falar no vocábulo latino, falo de outro, bastante comum entre círculos literários de poesia romântica, no sentido verdadeiro do termo,e admiradores do Clube dos Poetas Mortos, o Carpe Diem.
Analisando a frase, e sem apresentar ainda o seu verdadeiro sentido, Carpe significa, entre muitas outras coisas, lamentar, daí advém a nossa palavra carpir, e diem, os dias, sem mais interpretações.
Logo, Carpe diem, em interpretação lato sensu, significa, lamenta os dias.
Muito menos romântico, agora em termos actuais, que agarra os dias, falando no plano amoroso.
Mas é possível que tenha sido esta a intenção de quem a utilizou em primeira instância, em interpretação stricto sensu, significa vive o dia a dia, pois um lamento é também um anseio por algo melhor, logo há que agarrar as oportunidades assim que surjam.
No plano amoroso, é o perfeito vocábulo para tentar convencer alguém a agarrar uma oportunidade assim que ela surja, por mais inteligente que seja uma pessoa, homem, ou mulher, não poderá deixar de se sentir tocado/a com a sensação de perda que a palavra provoca se não for seguida à  risca.
Mas também, e após mais aprofundada análise, é capaz de ser verdade que deixar escapar um dia, poderá significar agarrar toda uma vida.
Escolhas.
A vida realmente vive-se dia a dia, realção a relação, pensamento a pensamento, mas há sempre aqueles que perduram, que se passam semanas, meses, anos, e não são eliminados do nosso cognos. Por isso, acho que agarrar a oportunidade ou viver o dia ou outros tantos significados da expressão Carpe Diem, poderá simplesmente querer significar o querer agarrar aquele pensamento, aquela ideia, aquela paixão. Mesmo que o físico não esteja já presente nas nossas vidas, mas a simples ideia nos faz avançar para algo melhor.
Para terminar;

Verba vollant, scripta mallent
As palavras voam e os escritos permanecem.

Ou seja, a primordial razão deste blog.


De Rodrigo Moita de Deus.

Com vinte anos, todas as mulheres são bonitas e cobiçadas. Os vinte são por isso a idade de todas as experiências e de todas as realidades. Aos vinte conhecem-se os namorados sérios, têm-se as primeiras relações onde se discute no carro de quem é que se vai viajar ou quem é que cozinha quando estão sozinhos em casa.
Com a idade de toda a vida surge também um dos grandes paradigmas das relações amorosas. Um mistério para quem quer que pense sobre o assunto. Um homem quando tem vinte anos prefere sempre mulheres com quarenta. Quando ele próprio chega aos quarenta começa a preferir mulheres com vinte. Estranho, não é?
Depois de tanto tempo a amadurecer, o ideal de homem desejado, o sonho do príncipe encantado, é confrontado com a realidade nua e crua dos homens que vão passando.
A partir dos vinte anos é fácil acreditar que o próximo namorado será finalmente o seu prometido. Desta vez, em cada desgosto de amor a fantasia vai morrendo. «Talvez não exista nenhum príncipe encantado», «Talvez tenha que fazer o melhor possível com aquilo que se tem».
E depois não podemos esquecer que tudo na vida tem o seu timing próprio e o relógio biológico de uma mulher não perdoa. Este relógio biológico tem a eficiência de um cronómetro de fabrico suíco e normalmente marca a hora certa para se encontrar o príncipe encantado. E se não for o príncipe, alguém parecido.
Por um Natal sem jantares!


Entrámos no mês de Dezembro e aproximamo-nos vertiginosamente do momento mais doloroso do ano para todos os que trabalham em empresas: o jantar de Natal.

Não há pior seca que desperdiçar aquelas horas da nossa existência no mais complexo exercício de cinismo a que tal função nos obriga. Há mesmo caso de relatos de trabalhadores que entram em delirum tremens na véspera do famigerado jantar e até de outros que optaram por se atirar da janela para o precipício ao soarem as badaladas das oito.

O que é difícil de saber é aquilo que mais nos agonia. Se o sorriso idiota do chefe que ainda ontem nos deu uma rabecada só por a gente se ter atrasado a conferir as facturas do mês e que agora nos passa a mão pelo pêlo. Se o cheiro do sovaco da dona Guilhermina que nos calhou em sorte, ao lado, na mesa. Se o discurso baboco do patrão, com aquelas tretas nojentas que somos todos uma grande família quando se está mesmo a ver nos olhos do gajo que o tipo se prepara para cortar a cabeça a metade da malta que ali está.

Também faz parte desta infeliz tradição misturar o maralhal todo para fingir que até somos todos iguais e que lá isso de uns ganharem dez vezes mais que os outros não tem importância nenhuma, pois o que importa é que estejam todos a contribuir para o bem comum, ou seja, para a felicidade dos tipos lá de cima, que com a distribuição dos lucros da firma sempre podem sacar umas gajas boas para dar umas voltinhas sem terem de se sujeitar ao refugo de bares de segunda ou umas viagens a Bragança.

É assim perfeitamente normal que fiquemos entalados na mesa entre o electricista da manutenção, que arrota entre cada pastel de bacalhau que abocanha, e a dona Aurora da secção de pessoal, mulher portadora de uma grande rodagem de estrada, mas que a idade fez encostar às boxes, e que se vai roçando languidamente pelas nossas pernas acima à medida que vai emborcando copos de branco.

É então que se coloca ! o proble ma de saber o que se há-de dizer àqueles seis ou sete marmanjos com quem repartimos a mesa. Contar anedotas porcas pode ser perigoso, porque nunca sabemos se o administrador que para ali está a fingir que é igual a nós não será maricas e nos limpa o sebo logo no dia a seguir. Falar de gajas e futebol equivale a sermos fulminados pelo mulherio que nos fica de trombas para o ano todo. De trabalho, nem pensar, porque isso fazia logo com que cada um começasse a puxar pelos galões e lá se ia por água abaixo a fraternidade. A única saída é mesmo a de ficar calado, com um sorriso idiota nos lábios, dizendo para o da esquerda que a sopa está melhor do que a do ano passado e para o da direita que o bacalhau está uma delícia.

A melhor safa destas coisas é mesmo arranjar-mos maneira de ficar ao lado da estagiária que entrou o mês passado, gastarmos o jantar nos preliminares do paleio e partirmos a seguir para uma visita às iluminações de Natal. Com um bocado de sorte, recebemos logo naquela noite um presente caído do céu.

Manuel Ribeiro
In "Notícias Magazine" de 07.DEZ.2003

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Sabe-se que a burrice é um charme. A ostentação da própria estupidez é uma bijuteria que os candidatos a charmosos ostentam em público para conquistar admiração e notoriedade. Um caso que tornou-se clássico desse comportamento foi um cantor pimba (nem sei quem foi; são todos iguais mesmo...) que, numa entrevista, mandou a seguinte patacoada:

Reporter: Você gosta de ler?
Pimba: Sim, eu devoro livros.
Repórter: Qual foi o último livro que leu?
Pimba: Eu li aquele... Bestseller.
Repórter: Mas, qual best seller?
Pimba: O próprio. Chama-se Bestseller.

O sintomático é que o próprio pimba contou este caso, achando muito engraçado o facto de o repórter ter, involuntariamente, desmascarado sua burrice. O pimba, se num primeiro momento envergonhou-se da sua falta de cultura ao ponto de mentir que gostava de ler, logo orgulhava-se da sua burrice e ainda ilustrava sua estupidez contando esta tentativa frustrada de mostrar-se culto. Passou a ostentar em público sua asneira como se fosse um troféu. Ser burro é um requinte.

Sabe-se também que cantores pimba são paradigmas sujeitos bem sucedidos na vida. É um caminho natural concluir que sua áurea de estupidez está diretamente relacionada ao sucesso. O caminho da fama estaria mais próximo das pessoas de poucas luzes. Quanto menos culto, melhor.

Contudo, ironicamente, o facto é que muitas pessoas ainda acham que o charmoso é ser inteligente. O problema era que, para ser inteligente, era necessário dedicar a vida inteira aos estudos. Fazendo isso, não sobraria tempo para exibir-se em sociedade e conquistar a fama - equivocada, lembrem-se - de charmoso.

Mas a necessidade vira-nos do avesso, se preciso. Sistematizaram-se alguns procedimentos para que o estúpido parecesse bastante inteligente, com menos riscos de cometer gafes como a do pimba citado. Um procedimento bastante usado é o seguinte:

Numa conversa, para conferir autoridade a qualquer baboseira que diga, cite um filósofo qualquer e afirme que a frase é dele. Isso pode ser feito, de forma preventiva, no começo da frase. Se você tem a opinião que, por exemplo, ninguém é de ninguém, pode começar assim:

- "Segundo Kierkegaard, em seu estudo sobre os aspectos coercitivos das relações humanas, ninguém é de ninguém, etc, etc.

Quando a conversa é travada com alguém razoavelmente culto, o ideal é inventar o nome e dizer que ele foi um importante filósofo do século XVII.

- Segundo Thomas Friedkin Flanger, o famoso filósofo do século XVII... já leu alguma coisa dele?

- Já ouvi falar.

- Ele é muito bom. Segundo Flanger, em seu estudo sobre os aspectos coercitivos das relações humanas, ninguém é de ninguém, etc, etc...

Dificilmente a pessoa vai querer se aprofundar e inquirir sobre o pretenso filósofo, pois estará sentindo-se inferior irá envergonhar-se de admitir que nunca ouviu falar do ilustre pensador do século XVII, Thomas Friedkin Flanger.

O pressuposto desse comportamento é que o ouvinte também é um estúpido que acredita que a inteligência é um charme. Se quiserem massacrá-lo, basta prosseguir com várias citações de outros filósofos que nunca existiram. Mas convém diversificar as referências, e citar também pequenos trechos de Dostoiévski, Sartre, Herman Hesse ou qualquer escritor de qualquer época. Não é necessário ter lido nenhum e o trecho pode ser inventado. O importante é a pose de autoridade que a referência suscita no interlocutor.

- Dostoiévski também tem um longo ensaio explicando os subterrâneos da mente conturbada do seu personagem que defendia a idéia de que ninguém é de ninguém, etc, etc.

Outra recomendação é nunca concordar com tudo o que seu interlocutor diz. Isso o fará pensar que tu estás atento e possuis espírito crítico. Mesmo se ambos tiverem certeza absoluta que determinada afirmação é correcta, na terceira negativa brotará a semente da insegurança e a certeza do teu interlocutor estará abalada, seja lá qual assunto estiver em discussão. Isso torna-se um trunfo precioso, pois se o candidato a charmoso oferecer o benefício da dúvida ao interlocutor, este irá sentir-se grato e vê-se obrigado a confirmar, por delicadeza, qualquer estupidez que o charmoso vier a dizer. E isso, feito em público, acredita-se, confere tremendo charme ao candidato. Por isso, no final da frase anterior já o alcunhamos de "charmoso", e não "candidato a charmoso". Não se deve esquecer, contudo, que também nas negativas é importante ter um nome de peso para conferir autoridade nas afirmações.

- Segundo Klaus Jefferson Smegman, etc, etc...

Ps. Porém, como já foi explicitado, todas esses procedimentos são desaconselháveis para quem quer ser charmoso, pois está provado que o charme está na burrice.

Hoje mandei às urtigas todo o paleio que a natureza e educação me conferiram. Se é que o tenho, pode ser impressão minha.
Para dizer que tou farto desta merda, não consigo resolver a puta da minha vida, foda-se!
A culpa é INTEIRAMENTE minha.
Tenho consciência disso mas não consigo largar, ou não conseguia, porque desde a semana passada que eu acordei. De tantas vezes que levei estalos aquele foi o maior.
Depois a inocência que para si reclama!
Como se pode ser tão falsa, mentirosa. E mais do que isso como se pode acusar outra pessoa de fazer isso?
Não te imaginava assim, tal como eu fui uma desilusão para ti por não corresponder a um pseudo ideal que criaste de mim, muito por minha culpa, o mesmo sucedeu agora.
E acerca deste assunto não haverá mais inscrições neste singelo Blog.
Já te fiz ver o ridículo da tua situação.
Tenho dito.
Nunca pensei com tão singelas palavras aqui apresentadas que fosse provocar alguma reacção tão má como a que provoquei!
Mas isso tem resolução.
TOU-ME CAGANDO.
DE MENTIROSOS TOU EU FARTO.

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Ver-te
Queima-me os olhos
Tocar-te
Queima-me a pele
Torturaste-me e deixaste-me a morrer
Mas, vontade de ferro
Não irei ceder.

A angústia cresce
A vida, morre.
Uma força interior
Alimenta os meus lamentos
Esperança foi estilhaçada
Nasço outra vez
Vontade de viver
Necessito vencer.

Até amanhã. (e este é cá dos meus, fraco, mas cá dos meus)


Este ainda mais espectacular está!

Descoberto único português que ainda vê o Big Brother

Após estudo exaustivo levado a cabo pela empresa responsável por avaliar a relação entre as aparições televisivas de Toy e o aumento do número de pessoas atingidas por aparelhos de televisão na cabeça enquanto andavam na via pública, a TVI descobriu o único português que ainda vê o Big Brother com regularidade.

Trata-se de Arménio Palanca, 47 anos, solteiro e responsável pela manutenção do farol de Valadares de Carrapito, concelho do Sabugal (o único farol no interior do país) há mais de duas décadas. “Vivo aqui sozinho há anos. Passo semanas sem ver ninguém. A minha única companhia é a televisão,” relata. Mas mesmo a companhia da televisão não está livre de limitações. O pequeno televisor portátil de Arménio apenas capta a TVI devido à localização remota e à elevada concentração de matéria fecal suína no subsolo da região que favorece a captação do quarto canal.

Recorde-se que as várias encarnações do Big Brother estiveram sempre entre os programas mais vistos na televisão nacional e a original foi responsável por um verdadeiro surto epidémico de reality-shows desde o “Bar da TV” à “Academia de Estrelas,” passando pelo pouco conhecido “Corpo Presente,” programa da TV Medicina em que, todas as semanas, o público votava num órgão de Cristina Caras Lindas para ser expulso. A última série, a quarta, está muito longe da popularidade de outros tempos e o programa consegue ser menos visto do que o magazine quinzenal da Igreja Ortodoxa Ucraniana na RTP 2.

Para Jaime Roldão, professor de Coprologia Aplicada no Instituto Politécnico Ambulante de Carcavelos, a explicação é simples. “O cérebro humano só consegue absorver quantidades tão concentradas de estupidez como as que são produzidas em programas como o Big Brother durante um período de tempo definido antes de ficar saturado,” considera.

A situação preocupa, obviamente, a TVI que já estudou um conjunto de medidas com o objectivo de tornar o programa mais apelativo. Assim, em breve, a porca que tem sido o animal de estimação dos concorrentes será substituída por uma dúzia de escorpiões africanos particularmente venenosos, os concorrentes passarão a vestir apenas tangas de cabedal preto e todas as provas a realizar envolverão troca de fluidos. Se nenhuma destas medidas funcionar, a produção admite convidar José Castelo Branco para uma participação especial vestido de Tatiana Romanov.



Publicado no www.inepcia.com

Um estudo elaborado pela Agência Europeia para a Discriminação Racial (AEDR), organismo tutelado pela Federação Racista e Xenófoba Internacional de que fazem parte organizações como o Ku Klux Klan americano, a maior parte dos movimentos neonazis e a Associação de Viticultores do Douro, revelou que, como se pensava, os portugueses são mesmo os pretos da Europa.

O orientador do estudo, o professor Adolf Schwarzbald, docente da cadeira de carpintaria aplicada no instituto de formação para deficientes de Leipzig, justifica esta conclusão com o recurso às mais avançadas técnicas de elaboração de teorias perfeitamente arbitrárias e com a participação dos maiores téoricos racistas do mundo, sendo que apenas cinco padecem de problemas derivados da consanguinidade dos seus pais.

“Há muito que os europeus acreditavam que os portugueses são os pretos da Europa mas agora conseguimos prová-lo de forma conclusiva pela primeira vez,” afirma. As provas são inúmeras e indesmentíveis. Os portugueses são um povo que ao longo dos anos e até os nossos dias sempre sentiu necessidade de abandonar o seu país em busca de melhores condições de vida, exactamente como milhões de africanos. Uma vez chegados aos países de acolhimento, ou pela falta de qualificação profissional ou por preconceito, têm de aceitar os trabalhos que mais ninguém quer, mais uma vez como acontece com os emigrantes oriundos de África. As únicas áreas em que Portugal consegue atingir alguma relevância ocasional são o desporto e a música, à semelhança dos estados do continente negro e, como em África, em Portugal, os níveis de corrupção e analfabetismo são elevadíssimos, os organismos estatais funcionam mal ou não funcionam de todo e os governantes parecem ter sido escolhidos entre indivíduos cujas aptidões seriam mais indicadas para trabalhar como apanhadores de bosta em fábricas de adubo orgânico ou como jarrões decorativos. As semelhanças entre portugueses e africanos são tantas que chegam até ao baixo ventre, verificando-se que ambos os grupos têm reputação de ser abonados no tamanho do seu membro viril, como se comprova por um estudo recente que indicava que o tamanho médio dos preservativos vendidos em Portugal era superior ao padrão do resto da Europa.

A revelação de que somos os pretos da Europa foi recebida de formas diversas no país. Ismael Sadiq da Associação Luso-Guineense, criticou o estudo, afirmando que “se os portugueses são os pretos da Europa, nós somos o quê? Os pretos dos pretos? Estão a querer roubar-nos a nossa identidade.” Por outro lado, o primeiro-ministro Durão Barroso recebeu a notícia de forma positiva, considerando que “isto vem provar que o país não está tão mal como se pensava. Se estamos mal quando comparados com os outros países europeus, é porque devíamos comparar-nos com países como o Senegal, a Libéria ou o Ruanda.”

A reacção mais negativa veio dos movimentos neonazis portugueses. Sérgio “Hitler” Rodrigues, führer dos skinheads de Almada e Laranjeiro mostrou-se confuso e perdido. “Não sabemos o que fazer. O mundo deixou de fazer sentido,” afirmou, acrescentando que está a preparar-se para ir morar para São Tomé e Príncipe, fazendo jus ao slogan “Pretos para a terra deles.”

E felizmente correu tudo bem com a minha progenitora.
O que é ser romântico? Ainda existem pessoas que dão importância a actos românticos numa relação? Mas, afinal, o que são actos românticos?

As respostas a estas perguntas variam de pessoa para pessoa. Se para uma mulher um acto romântico é oferecer rosas vermelhas, para outra pode ser jantar à luz de velas.

Actualmente, o romantismo tem uma conotação diferente de há um século atrás, por exemplo. O romantismo medieval, o amor ideal, as paixões platónicas ou a morte por amor são conceitos apenas acessíveis nos livros, nas histórias. Mas será que este romantismo existiu? Provavelmente sim.

Aquele romantismo que estamos habituados a ver nos contos, nos livros e nos filmes: os amores perfeitos, as serenatas ao luar, as juras eternas de amor ou as provas de amor quase impossíveis de praticar existem essencialmente no imaginário de todos nós, afinal a perfeição não existe!

Veja-se o mito da pessoa ideal: vários estudiosos afirmam que não passa de uma fantasia, longe da realidade, onde são depositadas imensas expectativas quase impossíveis de serem concretizadas. Porém, são muitas as mulheres (e homens também) que idealizam um companheiro ideal. Normalmente sem defeitos. Mas o “príncipe encantado” nunca aparece montado no cavalo... E assim surge uma sucessão de relações falhadas porque o príncipe está a demorar.

Nem sempre ser romântico é oferecer rosas vermelhas, ou ver o nascer do sol na praia, ou jantar à luz de velas. O romantismo pode ser um momento de atenção, intimo, único, um beijo, uma troca de olhares ou uma surpresa. De facto, o conceito de romantismo muda consoante a mentalidade ou a personalidade de cada pessoa, sendo difícil definir o verdadeiro conceito de romantismo.

E agora um blog espectacular!

http://omalamado.blogspot.com/

Meus caros, uma vez que o comunicado de ontem causou alguma estranheza, eu passo a repetir.
Por achar estranho, não quer dizer que não o irei fazer sem a presença que gostava. O real problema neste caso é que não me apetece mesmo nada, agora, ir para lado nenhum. Mas ainda faltam alguns dias para a minha decisão final, e ao que parece, nada está decidido em relação à ida, quem vai, etc etc.
A minha opinião é que, sinceramente, vai haver merda.
E quando tenho esta sensação, que engloba necessariamente amigos meus, uns menos outros mais, deixa-me desconfiando, e mais que tudo, desmotivado para querer realmente juntar-me a outros para a comemoração festiva de Fim de Ano.
Não se trata aqui de saudosismos, ou de nostalgia, mas sim de um sentido prático de evitar meter-me em confusões, ou de ser atirado para o meio delas, como tantas vezes fui.
Isso não quero, para isso chega a minha vidinha....
E pronto, espero ter esclarecido todos os que precisavam de esclarecimento.

terça-feira, dezembro 09, 2003

Ora bem, mais uma semaninha de trabalho, curta é certo, mas não obstante esse facto, preocupante.
Sendo a maior de todas a intervenção cirúrgica que a minha progenitora irá ser submetida, ou melhor dizendo, está a ser submetida a esta altura. Por menos riscos que comporte há sempre riscos, mas tudo irá correr pelo melhor, assim tenho a certeza.
De resto, e sem comparação possível, o fim de ano.
De certeza que irá dar confusão, e caso alguém se recuse a ir, irá ser primeiro estranho, e depois mais estranho ainda, pois em 9 anos essa pessoa esteve sempre presente.
Mas quem sou eu para obrigar alguém a algo?
Mas não estou com espírito para tal, nem me encontro ímbuido de vontade de ir a lado algum, logo um dos anos em que mais propostas tive, e que mais possibilidades tenho de ir a qualquer lado.
Mas a ver vamos como será.
Mas como algumas pessoas já me confidenciaram, cheira-me a esturro.
Por variadíssimos motivos, não só pelo meu eterno karma.
Mas esses não são para aqui chamados.
Uma coisa afirmo, GRINGOS NÃO!

sexta-feira, dezembro 05, 2003

E para finalizar por hoje, antes de me dirigir para a confusão que é o trânsito nesta capital, onde várias tentativas de homicídio foram já cometidas contra este que vos escreve, mais concretamente só ontem foram 28, o melhor de Shakespear.

To be, or not to be--that is the question: whether 'tis nobler in the mind to suffer the slings and arrows of outrageous fortune or to take arms against a sea of troubles, and, by opposing, end them. To die, to sleep...no more! And by a sleep, to say we end the heartache and the thousand natural shocks that flesh is heir to--'tis a consummation devoutly to be wished. To die, to sleep. To sleep--perchance to dream. Ay, there's the rub. For in that sleep of death, what dreams may come when we have shuffled off this mortal coil must give us pause. There's the respect that makes calamity of so long life. For who would bear the whips and scorns of time, the oppressor's wrong, the proud man's contumely, the pangs of despised love, the law's delay, the insolence of office and the spurns the patient merit from the unworthy, when he himself might his quietus make with a bare bodkin? Who would bear these burdens, to grunt and sweat under a weary life, but that the dread of something after death, the undiscovered country from whose borders no traveler returns, puzzles the will and makes us rather bear those ills we have than fly to others we know not of? Thus conscience does make cowards of us all, and thus the native hue of resolution is sicklied o'er with the pale cast of thought, and enterprises of great pith and moment with this regard their currents turn awry, and lose the name of action. Soft you, now, the fair Ophelia!--Nymph, in thy orisons be all my sins remembered.

Texto fantástico, pelo menos para mim, e eu é que interesso.


Momento poético, um dos meus autores favoritos, um génio no uso da palavra.

ROMEO AND JULIET
Act 1, Scene 5
ROMEO [To Juliet, touching her hand]
If I profane with my unworthiest hand
This holy shrine, the gentler sin is this:
My lips, two blushing pilgrims, ready stand
To smooth that rough touch with a tender kiss.
JULIET
Good pilgrim, you do wrong your hand too much,
Which mannerly devotion shows in this.
For saints have hands that pilgrims' hands do touch,
And palm to palm is holy palmers' kiss.
ROMEO
Have not saints lips, and holy palmer's too?
JULIET
Ay, pilgrim, lips that they must use in prayer.
ROMEO
O then, dear saint, let lips do what hands do:
They pray, grant you, lest faith turn to despair.
JULIET
Saints do not move, though grant for prayers' sake.
ROMEO
Then move not while my prayer's effect I take.
He kisses her.

Para alguém que se identificar com isto e que tenha paciência

A infidelidade: compreendâ-la e lidar com ela


Uma relação inicia-se quase sempre numa atmosfera de grande intimidade. Porém, mais tarde ou mais cedo, acabam por surgir pequenos conflitos que se podem ir agravando a um ponto em que a relação termina.

Normalmente quando um parceiro se retrai da relação o outro também o faz, criando assim barragens aos sentimentos. Distorce-se a realidade e o diálogo torna-se impossível: tudo o que o outro diz ou faz é mau. A sua presença torna-se intolerável.

Se na relação houver um (uma) amante, essa distorção é maior: o "outro" é a perfeição, o conjuge a desilusão. Entra-se no jogo de quem fez mais, quem se entregou ou quem estragou o quê. É impossível haver diálogo e a ruptura está por um fio.

Eis algumas ideias para analisar melhor o que se está a passar:

1. O divórcio é das experiências mais traumáticas pela qual pode passar um ser humano. Todas as certezas vão por água abaixo. É como se a nossa vida sofresse um abalo sísmico. Leva anos a recuperar emocionalmente de um divórcio, sobretudo nas mulheres. O abalo da confiança é tão forte que nunca mais se consegue voltar a recuperar o bem estar e a capacidade de amar livremente.

2. Isso não significa que muitas vezes o divórcio não seja a única saída. Mas antes de se precipitar tente perceber as razões por detrás dos comportamentos e os sentimentos que ainda possam existir.

3. A salvação de um casamento depende da capacidade de um dos parceiros cair na realidade e tentar restabelecer a relação.

4. Defini-se infidelidade quando alguma coisa que é suposta ser nossa, sobretudo a nível emocional, é entregue a outra pessoa. Por isso infidelidade não ocorre só quando se beijou ou dormiu com alguém. Uma carta ou um email mais intímo pode ser infidelidade, pelo menos manifesta essa intenção.

5. primeiro indicador da existência de problemas numa relação é a ausência de diálogo e a perda de intimidade.

6. Existem três elementos que caracterizam a infidelidade:

a) Segredo;

b) intimidade emocional (falar mais com o "outro" que com o parceiro);

c) Química sexual, dizer a "ele(a)" que se teve um sonho erótico - isso cria uma tremenda tensão sexual pois alimenta a tentação do fruto proibido.

7. Um affair é devastador para quase todas as pessoas envolvidas: é uma das experiências mais dolorosas que o parceiro traído pode sofrer que se acaba por reflectir também nos filhos. Produz um dano enorme na confiança entre o casal e pode facilmente levar ao divórcio. É um risco que não vale a pena correr!

8. O mais importante para evitar a infidelidade é ser capaz de estabelecer fronteiras entre a amizade e "algo mais". Não deixar criar oportunidades, sobretudo quando se está mais vulnerável. Podemos ter uma boa amizade, mas temos de ter cuidado com quem fazemos as nossas confidências. Sobretudo os homens ao tornarem-se íntimos de uma mulher correm um grande risco dessa relação se sexualizar. Confidenciar a um amigo(a) o quanto o seu casamento está mal é um convite ao desastre.

9. A maioria dos homens infiéis não tem envolvimento emocional com as amantes; muitos afirmam amarem a esposa. Pelo contrário as mulheres que se envolvem com amantes fazem-no devido a problemas na relação e têm um grande grau de envolvimento emocional.

10. As mulheres crêem que amando o parceiro ele não terá necessidade de envolvimento com mais ninguém. Esse amor é exclusivo. É por isso difícil a uma mulher aceitar que o marido esteja envolvido apenas sexualmente sem o estar emocionalmente.

11. Para os homens é mais doloroso saber que a mulher teve um envolvimento sexual. Para a mulher é mais cruel saber que o homem está envolvido emocionalmente.

12. Saber que o cônjuge está envolvido num caso é mais traumatizante se o casamento tiver sido bom, pois as espectativas que se haviam criado para a vida a dois ficam comprometidas. A infidelidade é sobretudo uma perda de confiança no outro.

13. Quanto maiores forem as mentiras cometidas mais difícil será recompor a confiança.

14. Deve dar-se liberdade para que a pessoa que traiu possa expressar as suas necessidades dentro da relação e não as procure fora dela. Por exemplo, quando o homem gosta de ajudar os outros e a mulher não permitir que ele o faça. Ou quando a mulher gosta de conversar e o marido não é capaz de a ouvir.

15. Quando se descobre que algo está mal, é a mulher quem dá o alerta: tenta abordá-lo e insiste em falar com ele. A reacção dele é quase sempre afastar-se, mentir ou omitir a verdade. Ignorar estes avisos é um grande erro que quase sempre se paga caro. Se não houver resposta dele, normalmente as coisas vão-se deteriorando até um ponto em que ela fica cansada e acaba por desistir de o chamar à atenção.

16. Erradamente ele interpreta este sinal como se ela estivesse mais calma e que irá voltar para ele. Na verdade ela está a por um ponto final na relação e fica emocionalmente disponível para outro homem. Normalmente o homem só se apercebe do que se passa quando ela parte ou a vê nos braços de outro. Muitas vezes é já tarde demais para recompor as coisas.

17. O meio social e familiar pode servir de catalisador ou inibidor para a concretização dos affairs: se a maioria dos seus amigos, colegas de trabalho ou familiares os tem ou tiveram é-se mais tentado a tê-los também. O inverso é igualmente válido.

18. Deve haver tolerância para compreender que as causas que levam a um affair são muito distintas no homem e na mulher. Para a mulher ele é induzido pela sensação de abandono e justificado com base no amor ou na intimidade que se sente por outro. O interesse meramente sexual vem em último lugar. Para o homem é ao contrário: embora o abandono possa aumentar o desejo, normalmente a razão primeira é simplesmente o sexo. Para ele o amor figura no fundo da tabela como a causa desses envolvimentos.

19. As probabilidades de divórcio são maiores se os affairs ocorrerem no início do casamento, e sobretudo se for a mulher a tê-los. Após começar o seu affair ela vai pensar que afinal fez a escolha errada.

20. O que geralmente atrai a mulher num affair é um homem que seja o oposto do marido ou então uma versão das características do marido quando estava enamorada dele. Mas não se pode ter tudo numa única pessoa. A mulher tem tendência a ver só as coisas boas no amante e, ofuscada pela paixão, esquece que ser amante é uma coisa viver o dia-a-dia é outra.

21. O que atrai os homens é sobretudo a sexualidade, a disponibilidade, a rebeldia, a sensação de liberdade, de criatividade e de fuga que a amante lhe confere.

22. Existe uma grande correlação entre a figura com quem o cônjuge esteve ligado na infância e a personalidade do affair que ela escolhe. Por exemplo, se teve uns pais autoritários é provável que a sua escolha seja alguém que lhe dita as regras e impõe respeito.

23. Nalguns casos o parceiro e o affair tornam-se complementares, mas gera-se um triângulo amoroso potencialmente perigoso.

24. Como resolver o dilema? Um ponto chave é perceber o falso mito que "eu sou incompleta e por isso preciso da outra pessoa para me fazer feliz". Isso é errado. A felicidade é algo que devemos ser NÓS a conseguir, no trabalho, no crescimento individual, na vida. A outra pessoa deve estar ao nosso lado não para nos dar mas sim para partilhar a nossa felicidade. Sem nos amarmos e aceitarmos a nós mesmos não podemos amar os outros.

25. Infelizmente após o casamento a mulher que era nossa amante converte-se na nossa esposa arcando com a moral e responsabilidade, além das tarefas domésticas e quotidiano. Dá-se a desexualização da mulher. O homem pode perder o interesse sexual ou canalizá-lo para amantes ou prostituas. Em suma em casa tem a esposa bem comportada que lhe dá carinho, e no bordel a jovem irreverente ávida de sexo.

26. Esta última dualidade, embora comum entre os homens também pode também concretizar-se para muitas mulheres, sobretudo das classes altas. O papel de "senhora", que a mulher se vê força a exibir, aniquila a sua sexualidade, que como vimos é importante na mulher.

27. Os ciber-affairs pela internet são tão, ou mais, perigosos que os normais. Além de serem mais fáceis provocam um maior afastamento do parceiro. É perigoso contar fantasias a pessoas que nunca vimos quando não o fazemos com o nosso parceiro!

28. É bom notar que apenas 10% dos affairs que conduziram ao divórcio sobrevive depois dele. O encantamento acaba depressa. Os detalhes que antes não eram notados tornam-se agora visíveis.

29. O melhor indicador para saber a capacidade de reconciliação de um casal é ver qual a atitude do parceiro quando lhe conta a verdade.



30. O que fazer para não se repetir? Reparar as vulnerabilidades que tornaram possível. Acabar com a curiosidade (aceitar convites para almoçar), não se tornar/ser confidente de pessoas do outro sexo, não ficar muito íntimo com a pessoa com quem se trabalha, sobretudo não partilhar as ocasiões especiais sem o cônjuge.

31. Após a reconciliação é difícil as coisas voltarem a ser como antes. As pessoas serão sempre diferentes pois perdeu-se a candura da honestidade e a magia da entrega incondicional. No entanto é possível colar os pedaços e tornar a peça ainda mais resistente, pese embora que um olhar minucioso mostre sempre as falhas provocadas.

32. O ingrediente essencial na recuperação é a HONESTIDADE. Acabar com todos os contactos capazes de disturbar a relação e confessar ao cônjuge quando se encontrou com alguém interessante ou com o ex-affair e dizer-lhe o que falaram e o que sentiu. Honestidade absoluta e alguma capacidade de aceitação é essencial para reconstruir a confiança. "Se deixar o nariz do camelo cheirar a sua tenda um dia ele acabará jantando consigo."

33. As coisas podem recompor-se mas é normal mas a desconfiança permanece como um fantasma.

34. Um dos sinais que as coisas estão a ir no caminho certo é a vontade de falar com descontração do amante. Não o mistificar como um anjo (por nós) nem como um demónio (pelo marido).

35. Normalmente numa relação há uma das partes que entrega todas as suas energias para que ela funcione. No entanto, isso faz com que a outra parte se distancie e acabe num affair. Por isso é errada a ideia que só inicia um caso quem não está a receber o suficiente em casa, o inverso é verdade: ele(a) inicia o caso porque não está a dar o suficiente.

36. Mostrou-se que os affairs se caracterizam por possuírem uma relação muito equitativa: ambos dão carinho e atenção em proporções semelhantes. No casal deve caminhar-se nesse sentido e não se deve sentir estar a dar mais que o outro. Deve haver uma entrega semelhante. As coisas vão mal quando um deles não acompanha essa entrega e não participa.

37. Uma relação é como um fogo que se pode deixar abrandar mas nunca permitir que se espalhe para fora da casa. De vez em quando temos de ir atiçando as brasas.

38. Existem duas grandes fases numa relação: idealização (o parceiro é a pessoa perfeita) e desilusão (afinal existem inúmeras coisas que não consigo suportar nele). Isso mais tarde ou mais cedo quase sempre leva ao conflito. Portanto antes de baixar os braços ao primeiro conflito sério, temos de tentar resolvê-lo, pois não existem pessoas perfeitas e os conflitos são sempre inevitáveis em todas as relações.

39. É por isso injusto comparar um affair que dura apenas há uns meses e está na fase do encantamento com uma relação de anos e que passou para a segunda fase. Antes de abandonar a relação deve-se tentar tudo por tudo para a recompor. Só depois se deve tomar a decisão. Não o fazer é como estar a comprar caro e vender barato.

40. Deve existir um período de ajuste de algumas semanas ou meses para se dizer adeus ao affair, mas depois disso deve acabar TUDO. Se após seis meses o affair permanecer o melhor é concretizar a separação.

41. Janelas e paredes. Um affair é um muro de intimidade com o amante com uma janela para o casamento, mas uma janela só de um sentido. Falar com o cônjuge sobre o affair e confessar os nossos sentimentos é uma forma ajudar na reconciliação e inverter o processo: construir um muro de intimidade em volta do parceiro e a família e ter uma janela aberta para as pessoas de fora. Ás vezes constroem-se janelas sem se preocupar antes com a edificação de muros, outras vezes constroem-se muros sem se construir janelas.

42. E não se esqueça a melhor prenda para os filhos é o amor entre os pais.

43. Não se deve concentrar na culpa um do outro mas em procurar compreender as razões profundas que levaram ao desentendimento. Diálogo, compreensão, e completa honestidade são sempre os pontos chave para o sucesso.

44. Grande parte do problema está nas nossas pressupostos. Assumimos como verdades que somos monogâmicos, que sabemos porque ocorrem os affairs, que só as pessoas "de mau carácter" são infiéis, que o nosso parceiro é sempre fiel, etc. Esqueça essas certezas e olhe para a realidade.

45. Não existe protecção absoluta contra affairs. Ninguém é imune e temos de lutar pela nossa relação. Isso não é um caminho fácil.

46. Recuperar não significa "ficar com", como se fosse a posse de um objecto. Não é uma questão de perder ou ganhar, mas de perceber o nosso intimo e sermos bons para nós mesmos. Lembre-se que o objectivo final é levar uma vida com significado.

47. Para avançar-mos temos de saber perdoar, aos outros e a nós mesmos.

48. As pessoas tem de entender que os sentimentos em relação ao amor não são constantes mas evoluem em ciclos naturais. Se o seu relacionamento não está a ser como desejava que fosse, talvez o problema não seja a relação em si mas tenha a ver com os seus próprios conceitos de amor.

49. O grande inimigo da monogamia é o segredo. Se existir honestidade é quase impossível cair num affair.

50. Os affairs são quase sempre com amigos e colegas de trabalho. Mas a internet permite aumentar imenso o número de pessoas com quem se pode contactar. Neste momento a Internet é o mais potente veículo de risco para os casamentos. Deve haver o grito de alerta quando as conversas que tiver na internet forem mais íntimas que as que mantem com o seu parceiro. Um dos maiores riscos de possuir um computador é ter um affair pela internet.

51. O risco de affair na mulher é elevado se ela tem necessidades emocionais que não são preenchidas pelo parceiro. Que necessidades são essas:


Afecto

Sexo

Conversação

Companheirismo

Honestidade e abertura

Atracção física

Apoio financeiro

Apoio doméstico

Apoio familiar

Admiração

Por Armando Vieira
O autor deste texto é professor de Física no ensino superior. Além da Física, interessa-se por todos os sistemas complexos: Redes Neuronais, Economia, e ... o amor e a psicologia das mulheres.
Nas horas vagas escreve contos e ensaios. Está a concluir o seu primeiro romance "Umas Férias de Si Mesma".

Bem, mais um fim de semana se avizinha. Não estou com espírito para nada. A minha própria vida cansa-me, os meus problemas ainda mais.
Tenho a grande sensação de andar a fazer figura de urso, aquelas figuras que um faz quando está completamente perdido sem rumo num mar de gente que sabe tudo o que um não sabe.
Mas é mesmo assim, por um lado é uma maneira cruel de aprendizagem, por outro a ignorância é um dom.
Por vezes gostava de ser ignorante, nem que fosse pelo simples facto de querer ter uma hipótese de felicidade. Mas como é que um ignorante sabe o que é ser feliz?
Não sei.
Gostava que tudo isto fosse como um PC (personnal computer e não partido comunista), em que se faz o reset e volta tudo ao início. Se não voltar, há sempre o format C:.
Método limpo de começar de novo.
Claro que conosco não funcionaria, a nossa RAM não apaga quando perde energia, não é possível começar do zero, fazer "tabula rasa" de tudo.
E com tudo isso vamos cada vez mais nos prendendo ao que tivemos, não vendo maior parte das vezes as coisas maravilhosas que nos passam frente aos olhos.

Mas bem, nem tudo é desgraça!
Tenho tocado baixo, alivia o espírito e espanta a mágoa, um pouco como qualquer beberagem etílica tomada em excesso, com a enorme diferença que baixo, tocado em excesso, só dá prática e não ressaca.

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Esqueci-me de um anexo.
Para quem decidir dar outro sentido à estalada que não o que eu dei, não se incomode em me contactar. Não foi esse tipo de estalo, esse tipo de embate. Foi mais profundo, pois afecta o carácter, mais ainda, põe em causa o mesmo.
Qual carácter?
Esse mesmo.
Mas realmente fiquei deveras irritado com este dia, não é que já não tivesse conhecimento da situação, apenas não vislumbrava que a situação em si fosse tão gravosa. Mesmo com sobejo conhecimento de causa, como referido, espantou-me.
Pela negativa, refira-se.
Por outras palavras, a acção que provocou a acusação que me foi em tempos dirigida, está neste preciso momento a ser perpetrada pelo próprio acusador. As pessoas mudam, crescem, mas infelizmente, há aquelas que, por qualquer motivo misterioso e enigmático, crescem para baixo....
E agora mesmo, ainda mais.
"Surjo quando ninguém está, desapareço quando não sou necessário"
Para quem tem dificuldades interpretativas, estou só.

A vida é realmente irreprudunível! (Obrigadinho Super!)
Meus amigos, após mais uma estalada na tromba, por motivos que não poderei descrever aqui, junto se anexa a definição do amordonald´s.
Significa o "estar" das actuais saídas à noite e de basicamente todas as relações sociais, qual filosofia, é uma infeliz escola que sobrevive do apregoamento da corrupção sentimental. A banalização emotiva que permeia essa forma de relacionamento não é plausível de conotação objetiva, suas reentrâncias conceituais descrevem linhas sinuosas de indignidade e desvalorização, onde campeia a intriga e a opressão dos desfavorecidos esteticamente, triunfando sobre a sinceridade sentimental, a audácia de moderníssimas formas de sedução perversa.
É o fim dos relacionamentos calcados no respeito e na admiração. Hoje o ilustrar do gozo estético não é o bastante, o amordonald´s complica-se num estrangulamento do carácter, a forma mais cobarde de protecção contra as desilusões amorosas, a busca da vantagem oportunista em detrimento da sinceridade emotiva.
É necessário que entendam; beijos e abraços não fazem o amor, não fazem romances, apenas exercitam-nos, e este belo exercício sentimental não pode frutificar de belas palavras de ocasião, e sim da proximidade circunstancial de pessoas que se admiram.
Enfim, não proponho com esta prosa um clamor de instituição religioso ou um grito para um levante moralista. Que seja essa chamada um ponto para reflexão, em que instantes de pensamento sejam fontes de energia para a afronta desta infame ditadura que a passos largos vêm oprimindo o mais belo dos sentimentos inerentes aos seres humanos. Sejamos pois conscientes da herança de sangue que banalização emocional nos tem preparado e quem sabe um dia, felizes na lotaria do destino haja possibilidade do desfrute de beijos como símbolos puros de dedicação pessoal, respeito e amor, sem nenhum sentimento adjacente que não os referidos.



terça-feira, dezembro 02, 2003

E foi o fim de um fim de semana prolongado, muito bem regado com um variedade quase infinita de líquidos provenientes da maior variedade de bares e similares.
Foi um fim de semana divertido, tirando o pequeno facto que as manhãs eram sempre custosas e tardias, vá-se lá saber porquê.
Foi também um fim de semana nostálgico, nomeadamente o domigo. Dia 30 de novembro de 1993 foi um dia marcante na minha vida, e será sempre por variadíssimas razões.
Era quinta feira, estava frio, mas não muito, e assistiu-se em frente à pastelaria Lindóia, por volta das 17e15 a uma viragem na minha vida.
Tanta coisa se passou desde essa data, muita coisa boa, algumas coisas más. Mas é com contentamento que digo que foram os melhores anos da minha vida. Não por um factor simples, mas por uma enormidade de factores complexos.
O crescer emotiva e profissionalmente, as angústias e frustrações, as alegrias e as desgraças.
Mas tudo conta na balança, e a meu ver, o saldo é manifestamente positivo, não obstante a situação actual nãoi ser das melhores.
Mas irá passar, mais cedo ou mais tarde, uma vez que o tempo cura tudo, por vezes demora é tempo a mais!
Agora só me resta aguardar serenamente pelos próximos dez, esperando que seja sempre a progredir a todos os níveis.
E será.